Na obra trovadoresca O Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda, ambientada entre os séculos V e VI, é narrada a história mítica de um rei e seus cavaleiros, que vivem em um mundo repleto de magia onde são constantes os embates e os encontros com magos, dragões e seres fantásticos. Além disso, existem objetivos a serem cumpridos pelo rei e pelos cavaleiros: defender o território real e encontrar uma relíquia da última ceia de Jesus Cristo (o Santo Graal).
A partir dessas informações, é correto associar essa narrativa com o período medieval, pois:
fundamentada em contradições medievais, a obra apresenta duras críticas à estrutura feudal, reafirmando o passado clássico romano belicista e a ambição pelo domínio de Roma, por meio da conquista de importantes elementos católicos, inspirando, em sequência, o desenvolvimento das Cruzadas para o Oriente.
apresentando características relativas à decadência do período medieval, a obra mostra a insuficiência do modelo político e econômico medieval, já que apresenta a necessidade de expansão das atividades feudais, sendo que as figuras fantásticas (monstros, dragões e magos) devem ser entendidas como críticas à Igreja Católica, enfraquecida no momento de construção da narrativa.
característica da Baixa Idade Média, está inserida em um contexto de expansão dos valores medievais, já que o rei Artur e seus cavaleiros buscam conquistar novos reinos, traço fundamental do período medieval, quando lutam contra seres mitológicos (representes do paganismo e da ausência da Igreja Católica), impondo à obra uma grande importância na manutenção dos valores reinóis.
ambientada no período da Alta Idade Média, a obra citada busca estabelecer os valores medievais, por meio da supremacia bélica dos cavaleiros, detentores de todo o poder, e representantes da mais importante instituição medieval: a Ordem da Cavalaria; ainda apresenta a transformação presente na sociedade, enquanto reafirma os valores do renascimento comercial, por meio das conquistas realizadas pelos cavaleiros.
é nítida a presença de elementos como a lealdade (dos cavaleiros com o rei, um traço característico das relações de suserania e vassalagem), da ligação dos personagens com a defesa do reino (caracterizando uma unidade autossustentável – o feudo – centralizada na figura do castelo, como principal elemento da nobreza e, consequentemente, da divisão estamental presente) e dos valores religiosos (representados pelo nobre prêmio, que é o Santo Graal, reforçando o papel da Igreja Católica nesse período histórico).