Modelo de sucesso no Brasil dos anos 1870, as teorias raciais fariam no estrangeiro, nesse contexto, poucos seguidores. Já nos anos 1930, a situação como que se inverte. Nos Estados Unidos e principalmente na Europa é a partir desse momento que, a despeito da crítica teórica culturalista, tomam força certos modelos raciais de análise social, como é o caso do arianismo na Alemanha, ou do recrudescimento de uma política de segregação nos EUA.
(Lilia Moritz Schwarcz. O espetáculo das raças, 1993.)
A partir do excerto, é correto afirmar que:
no Brasil e nos Estados Unidos, a existência da escravidão na época colonial estimulou políticas racistas, superadas depois de prolongadas guerras civis; na Europa, o arianismo culminou na perseguição às minorias religiosas e aos ciganos.
no Brasil, as teorias raciais justificaram a imigração europeia para embraquecer a população; na Europa, aumentaram o antissemitismo, cujo ápice ocorreu na Alemanha nazista; nos Estados Unidos, levaram à violência contra os negros.
no Brasil, o racismo desenvolveu-se somente após a abolição da escravatura; na Europa, legitimou o colonialismo mercantilista na África; nos Estados Unidos, criou um regime de isolamento de hispânicos e negros em guetos nas cidades.
no Brasil e na Europa, as teorias raciais sofreram críticas de intelectuais baseados no darwinismo social; nos Estados Unidos, o movimento negro alcançou seu objetivo de conceder direitos aos escravos no final da Guerra de Secessão.
nos Estados Unidos e na Europa, o racismo consolidou-se com a aprovação de leis segregacionistas, nascendo o apartheid; no Brasil, por outro lado, medidas de integração do início da República geraram uma verdadeira democracia racial.