“– Meus senhores e minhas senhoras, eu
não sou daqueles que...
E empacou o discurso de fim de ano da
empresa na primeira frase. Silêncio na platéia.O
orador, presidente da firma, não sabia se ele não
era “daqueles que diz” ou “daqueles que dizem”.
E agora?
Pensou um pouco, já nervoso diante de
todos os subordinados, e retomou:
– Meus senhores e minhas senhoras, eu
não sou daqueles que...
De novo. Começa a suar frio. Olha para a
esposa desesperada. Todos os funcionários
esperam a palavra de alento do homem.
Respirou fundo e voltou:
– Meus senhores e minhas senhoras,
enfim, eu não sou daqueles!!!
E terminou com apenas esta frase o seu
discurso, ovacionado. O presidente, enfim, não
era daqueles! Que alívio!”
Fonte:Mario Prata, IstoÉ agosto de1997.
Assinale a alternativa incorreta.
O texto é uma crônica, por narrar uma história do cotidiano.
O eixo humorístico, em torno do qual se conta a história, é uma dúvida que recai sobre a formalidade da língua.
Todo o discurso do orador se resumiu numa única frase gramaticalmente incompleta.
A esposa do orador fazia parte da platéia e esperava, serenamente, pelo discurso do marido.
A palavra “daqueles”, no texto, poderia ser substituída pela expressão “como aqueles” sem prejuízo do sentido.