MENINA DO MANGUE
Corre menina, na areia da praia,
Descalça, risonha, saltando corais;
Com vento varrendo a tez bem corada,
As madeixas exalam fragrâncias florais.
Ao longe a jangada exausta chegando,
Depois do embate em cruéis temporais.
Alheia a menina aperta o seu passo,
Na tarde vazia rumo ao porto sem cais.
O mundo não espia o andar da menina,
Sequer se apieda dessa filha sem pais,
Que anda faceira, seguindo sua sina,
De cuja morada são frios manguezais
Menina do mangue, sedenta de vida,
De brilho nos olhos, de alguns ideais;
Que a terra jamais lhe negue guarida;
Não hei de algum dia ouvir os seus ais!
MENESES, E. Primavera. Mogi GuaçuSP: Editora Becalete, 2020
Nesse poema, o último verso indica que o poeta
não está preocupado com o sofrimento da menina.
não acredita que a menina terá sucesso na vida.
está muito interessado em ajudar a criança.
não deseja que ela tenha uma vida sofrida.
teme pelos poucos ideais da menina.