Mas plantar para dividir
Não faço mais isso, não.
Eu sou um pobre caboclo,
Ganho a vida na enxada.
O que eu colho é dividido
Com quem não planta nada.
Se assim continuar
vou deixar o meu sertão,
mesmo os olhos cheios d´água
E com dor no coração
Vou pro rio carregar massas
Pros pedreiros em construção.
Deus está ajudando:
está chovendo no sertão!
Mas plantar pra dividir,
Não faço mais isso, não.
VALE, J.; AQUINO, J.B. Sina de caboclo. São Paulo: Polygram, 1994 (fragmento).
No trecho da canção, composta na década de 1960, retrata-se a insatisfação do trabalhador rural com
a distribuição desigual da produção.
os financiamentos feitos ao produtor rural.
a ausência de escola técnicas no campo.
os empecilhos advindos das secas prolongadas.
a precariedade de insumos no trabalho no campo.
Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.