Mas, imóvel, nos limites de grandes liames é sem princípio e sem fim, pois o gerar-se e o perecer foram afastados para longe e rechaçou-os uma certeza veraz. E idêntico no idêntico [lugar] ficando, em si mesmo jaz e assim, fixo, permanece, pois a Necessidade inflexível o mantém nas cadeias do limite, que o encerra em torno, pois é Destino que o ser não seja ilimitado: pois de nada é carente, enquanto o não-ser carece de tudo.
Fonte: PARMÊNIDES DE ELEIA apud REALE, História da filosofia antiga, 1993, p. 110.
O fragmento do poema de Parmênides de Eleia indica o pensamento do filósofo que se destaca, entre outros motivos, pelo seu caráter imobilista.
Assinale a alternativa abaixo que NÃO apresenta uma proposta que possa ser associada à filosofia de Parmênides.
É característico ao ser de Parmênides ser pensado e enunciado, não nascido, imóvel, incorruptível, imutável, perfeito e uno; por esses aspectos o ser se apresenta como sempre idêntico, impassível a alterações.
A despeito de todo movimento e mudança ocorridos, no mundo, e que podemos constatar cotidianamente, os dados vindos por intermédio dos sentidos são ilusórios e dignos de desconfiança.
Devido aos aspectos da realidade do ser descrito por Parmênides, é plenamente impossível admitir a existência do não ser ou daquilo que em algum momento se transforme devido a um motivo qualquer.
Todas as coisas percebidas pelos sentidos mostram-se múltiplas e variáveis e, por tais motivos, podem ser consideradas como fonte segura de conhecimento acerca da verdade presente no mundo.