” ... Mas do jeito que a sujeira era disseminadora, e não propriamente a causadora das doenças a bordo, esses males eram sintomas de doenças contraídas no reino e nas colônias, e não a origem dessas. As más condições a que eram submetidos durante a viagem serviam apenas para aflorar uma enfermidade que já se encontrava encubada no portador. Entre as doenças mais comuns, estavam febre tifóide, varíola, sarampo, rubéola, difteria, escarlatina, caxumba, coqueluche, tétano, tuberculose, cólera, lepra e a famosa e temida peste negra. Em 1545, uma grande epidemia de varíola, na época chamada de mal da bexiga, atingiu Goa, matando oito mil crianças em apenas três meses, além de contaminar grande número de passageiros e tripulantes embarcados na Carreira da Índia. Estes se encarregaram em propagar a peste pela rota do Brasil, por meio de contatos com o reino e na Terra de Santa Cruz”. (...)
RAMOS, Fábio Pestana - NO TEMPO DAS ESPECIARIAS - O Império da Pimenta e do Açúcar, Editora Contexto, 2004, p 158.
Com relação às doenças citadas no texto, podemos afirmar:
O número de doenças cujo agente etiológico é uma bactéria é maior do que aquelas causadas por vírus.
Febre Tifóide, Varíola, Sarampo e Rubéola são doenças viróticas combatidas com eficiência atualmente, através de vacinas.
A Peste Negra, nome pela qual ficou conhecida a Peste Bubônica que assolou a Europa no século XIV, é uma doença transmitida por ratos.
Hanseníase ou Lepra, que já chegou a ser conhecida como “praga bíblica”, é uma doença estigmatizada pelas lesões que pode causar e por não haver um tratamento específico para combatê-la.