Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele espelhou o céu
PESSOA, Fernando. Mensagem. In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
O poema de Fernando Pessoa refere-se à expansão marítima portuguesa. Nele, o poeta enfatiza
os custos humanos que a empreitada marítima legou a Portugal e a coragem desse povo em se aventurar no desconhecido.
as riquezas que as novas colônias da América produziam e sua importância para a economia portuguesa.
a necessidade de se contornar a África e criar uma nova rota marítima para o comércio com as Índias.
a diversidade cultural portuguesa e sua influência sobre os povos colonizados nas novas terras.
o avanço tecnológico naval português em comparação ao de outros povos europeus