ENEM 2023

    Mandioca, macaxeira, aipim e castelinha são nomes diferentes da mesma planta. Semáforo, sinaleiro e farol também significam a mesma coisa. O que muda é só o hábito cultural de cada região. A mesma coisa acontece com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Embora ela seja a comunicação oficial da comunidade surda no Brasil, existem sinais que variam em relação à região, à idade e até ao gênero de quem se comunica. A cor verde, por exemplo, possui sinais diferentes no Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. São os regionalismos na língua de sinais.

    Essas variações são um dos temas da disciplina Linguística na língua de sinais, oferecida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) ao longo do segundo semestre. “Muitas pessoas pensam que a língua de sinais é universal, o que não é verdade”, explica a professora e chefe do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas da Unesp. “Mesmo dentro de um mesmo país, ela sofre variação em relação à localização geográfica, à faixa etária e até ao gênero dos usuários”, completa a especialista.

    Os surdos podem criar sinais diferentes para identificar lugares, objetos e conceitos. Em São Paulo, o sinal de “cerveja” é feito com um giro do punho como uma meia-volta. Em Minas, a bebida é citada quando os dedos indicador e médio batem no lado do rosto. Também ocorrem mudanças históricas. Um sinal pode sofrer alterações decorrentes dos costumes da geração que o utiliza.

Disponível em: www.educacao.sp.gov.br. Acesso em: 1 nov. 2021 (adaptado).

 

Nesse texto, a Língua Brasileira de Sinais (Libras)

a

passa por fenômenos de variação linguística como qualquer outra língua.

b

apresenta variações regionais, assumindo novo sentido para algumas palavras.

c

sofre mudança estrutural motivada pelo uso de sinais diferentes para algumas palavras.

d

diferencia-se em todo o Brasil, desenvolvendo cada região a sua própria língua de sinais.

e

é ininteligível para parte dos usuários em razão das mudanças de sinais motivadas geograficamente.

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Resposta
A

Resolução

A questão pede para identificar o que o texto afirma sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

  1. Leitura e Compreensão do Texto: O texto introduz a ideia de variação linguística usando exemplos do português falado (mandioca/macaxeira/aipim; semáforo/sinaleiro/farol). Em seguida, aplica esse conceito à Libras, afirmando que ela também possui variações regionais (sinal de "verde" diferente no RJ, PR, SP; sinal de "cerveja" diferente em SP e MG), etárias e de gênero.
  2. Identificação da Ideia Central: O ponto principal do texto é que a Libras, apesar de ser a língua oficial da comunidade surda brasileira, não é uniforme nem universal. Assim como as línguas orais, ela apresenta variações. A citação da professora da Unesp reforça isso: “Muitas pessoas pensam que a língua de sinais é universal, o que não é verdade [...] Mesmo dentro de um mesmo país, ela sofre variação [...]”.
  3. Análise das Alternativas:
    • A: Afirma que a Libras passa por fenômenos de variação linguística como qualquer outra língua. Isso corresponde exatamente à ideia central do texto, que compara as variações da Libras com as do português e enfatiza que a variação é um fenômeno linguístico natural que também ocorre em línguas de sinais.
    • B: Diz que as variações regionais assumem novo sentido para algumas palavras. O texto mostra que existem sinais *diferentes* para o *mesmo* conceito (verde, cerveja) em regiões distintas, mas não afirma que o *sentido* da palavra (o conceito) muda.
    • C: Fala em mudança estrutural. O texto menciona variações em sinais (léxico) e mudanças históricas nos sinais, mas não aborda mudanças na *estrutura* gramatical da Libras como um todo decorrentes dessas variações.
    • D: Sugere que cada região desenvolve sua própria língua de sinais. Isso é um exagero. O texto fala de variações *dentro* da Libras, que continua sendo a língua de sinais do Brasil, e não de línguas distintas por região.
    • E: Afirma que a Libras se torna ininteligível devido às variações. O texto não faz essa afirmação. A existência de variações não implica necessariamente ininteligibilidade geral, assim como sotaques ou regionalismos no português não tornam a língua ininteligível.
  4. Conclusão: A alternativa A é a única que reflete com precisão a tese principal defendida no texto: a Libras, como qualquer língua natural, está sujeita a variações linguísticas.

Dicas

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Observe os exemplos dados no início do texto sobre o português (mandioca, semáforo). Qual a função desses exemplos?
Qual a principal conclusão da professora de linguística citada no segundo parágrafo?
O texto afirma que as variações impedem a comunicação ou que são uma característica natural da língua?

Erros Comuns

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Interpretar a existência de variações regionais como a criação de línguas de sinais completamente diferentes em cada região (erro que leva à alternativa D).
Confundir a existência de sinais diferentes para um mesmo conceito com uma mudança no significado (sentido) do conceito (erro que leva à alternativa B).
Assumir que qualquer variação ou mudança em sinais implica automaticamente uma mudança na estrutura geral da língua (erro que leva à alternativa C).
Concluir que a existência de variações regionais torna a língua incompreensível entre falantes de diferentes regiões (erro que leva à alternativa E).
Não perceber a analogia central do texto entre a variação na Libras e a variação nas línguas orais.
Revisão

Variação Linguística: É o fenômeno natural de diferenciação que ocorre em qualquer língua viva. As línguas mudam e variam em função de fatores como:

  • Região Geográfica (Variação Diatópica): Diferenças de sotaque, vocabulário ou expressões entre diferentes lugares (ex: "mandioca" vs. "macaxeira" vs. "aipim").
  • Fatores Sociais (Variação Diastrática): Diferenças associadas a grupos sociais, como idade, gênero, classe social, nível de escolaridade.
  • Contexto de Uso (Variação Diafásica): Adaptação da linguagem a diferentes situações comunicativas (formal vs. informal).
  • Tempo (Variação Diacrônica): Mudanças que ocorrem na língua ao longo da história.

Língua Brasileira de Sinais (Libras): É a língua de sinais utilizada pela maioria das comunidades de surdos no Brasil. É reconhecida legalmente como meio de comunicação e expressão. Importante ressaltar que Libras é uma língua completa e complexa, com estrutura gramatical própria, e não apenas uma versão sinalizada do português. Como língua natural, também está sujeita a todos os tipos de variação linguística mencionados acima.

47%
Taxa de acerto
Habilidade

Relacionar as variedades lingüísticas a situações específicas de uso social.

Porcentagem de alternativa escolhida por nota TRI
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