―Mamãe, Mamãe!
―Que é minha filha?
―Nós não somos nada nesta vida.
Todos os Santos -Rio de Janeiro-Dezembro de 1921-janeiro de 1922.
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Tecnoprint/Ediouro, s/d. p. 77.
De acordo com o trecho acima, assinale a alternativa correta.
O diálogo entre dona Engrácia e sua filha Clara simboliza de forma alegórica a desumanização da mulher negra e pobre, numa sociedade regida por D. Pedro I, mas manipulada por uma elite branca preconceituosa.
Este pequeno diálogo pode ser considerado uma metáfora de uma classe social típica da Primeira República: indivíduos escravos, sem perspectiva de ascensão econômica, os quais lutavam pela assinatura da Lei Áurea.
O diálogo entre Clara e sua mãe, Engrácia, que aparece ao final do romance Clara dos Anjos, publicado em plena Monarquia, simboliza a falta de perspectiva da mulher negra, analfabeta e pobre.
Este pequeno diálogo, que fecha o final do romance Clara dos Anjos, pode ser considerado uma metáfora do sofrimento de uma classe social que, mesmo com a assinatura da Lei Áurea, continuava estigmatizada etnicamente.
Neste breve trecho do romance Clara dos Anjos, a protagonista e sua mãe, Engrácia, expressam uma profunda sensação de marginalização e ausência de perspectiva de ascensão social. A obra é ambientada no período republicano, já após a assinatura da Lei Áurea, mas deixa claro o modo como a população negra, mesmo liberta legalmente, continuava submetida a preconceitos e desigualdades. Por isso, a resposta correta é a alternativa D, pois ela expõe o verdadeiro contexto do diálogo ao final do romance: o sofrimento de uma classe estigmatizada, mesmo após o fim oficial da escravidão.
A força simbólica dessas palavras finais denuncia a manutenção de relações sociais excludentes, refletindo o cenário de injustiças sofridas pela mulher negra e pobre no início do século XX.