Leia os textos abaixo com atenção.
Texto 01
Em 1928, o então chairman do Fed, Adolph Miller, se defrontava com dilema semelhante depois do longo Bull Market dos anos 1920. Naquele momento o Fed, deliberadamente, estabeleceu que a deflação (...) seria um objetivo da política de juros. A queda do mercado do segundo semestre de 1929 foi bem-vinda, sendo esta uma das principais razões para que o Fed evitasse relaxar a política monetária, quando a oferta monetária e a economia entraram em colapso.
(Nunes, João Marcus Marinho – O vôo da águia: a economia americana no fim do milênio São Paulo: Saraiva, 2002. - P.188)
Texto 02 - Entenda a crise financeira dos Estados Unidos - (UOL/Economia - 31/03/2008 - da redação)
Financeiras americanas confiaram de modo excessivo em clientes que não tinham bom histórico de pagamento de dívidas nos últimos anos. (...)
Os clientes davam como garantia suas casas, mas o mercado imobiliário entrou em crise em meados do ano passado. Os preços dos imóveis caíram, reduzindo as garantias dos empréstimos.
Com medo, os bancos dificultaram novos empréstimos. Isso fez cair o número de compradores de imóveis, agravando ainda mais a crise no setor, que começou a ser observada em julho de 2007.
Retirado de https://economia.uol.com.br/ultnot/2008/03/31/ult4294u1176.jhtm acessado em 31/08/2019
A partir da leitura dos textos, assinale a alternativa que expresse diferenças e/ou semelhanças entre as crises econômicas de 1929 e 2008.
Tanto a crise de 1929 quanto a de 2008 foram precedidas por períodos de crescimento que dificultaram a percepção de sinais de seu desaquecimento. Em 1928 e em 2007, por exemplo, o desemprego aumentou e o consumo diminuiu.
Uma das diferenças entre os momentos históricos está relacionada ao fato de não existir ligação entre a crise de 1929 e a especulação financeira, diferentemente do que se observou em 2008, normalmente associada à crise imobiliária.
O resultado das duas crises, em seus devidos momentos históricos, também foi semelhante. Delas decorreram a ascensão de regimes totalitários e a intensificação de práticas econômicas liberais, com a diminuição do intervencionismo estatal.
Ambas as crises foram detonadas por uma especulação financeira decorrente do setor imobiliário, fator que explica a desconfiança dos bancos em relação a esses investidores, o que levou a menores créditos e à vertiginosa queda do consumo.