Leia os poemas.
I. Manuel Bandeira
(...)
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
(...)
II. Oswald de Andrade
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
A ideia comum aos dois textos consiste na
contradição entre a língua concebida e a que se realiza nos poemas.
crítica ao linguajar popular e debochado do povo brasileiro.
aceitação dos valores da cultura europeia, particularmente a portuguesa.
proposta de uma língua nacional que esteja próxima da expressão lusíada.
busca de uma identidade nacional, negando-se a cultura europeia.