Leia os parágrafos de E. H. Gombrich para responder à questão.
Nada existe realmente a que se possa dar o nome Arte. Existem somente artistas. Outrora, eram homens que apanhavam um punhado de terra colorida e com ela modelavam toscamente as formas de um bisão na parede de uma caverna; hoje, alguns compram suas tintas e desenham cartazes para tapumes; eles faziam e fazem muitas outras coisas. Não prejudica ninguém dar o nome de arte a todas essas atividades, desde que se conserve em mente que tal palavra pode significar coisas muito diferentes, em tempos e lugares diferentes, e que Arte com A maiúsculo não existe. Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo como um bicho-papão, como um fetiche. Podemos esmagar um artista dizendo-lhe que o que ele acaba de fazer pode ser excelente a seu modo, só que não é “Arte”. E podemos desconcertar qualquer pessoa que esteja contemplando com deleite uma tela, declarando que aquilo que ela tanto aprecia não é Arte, mas uma coisa muito diferente.
Na realidade, não penso que existam quaisquer razões erradas para se gostar de uma estátua ou de uma tela. Alguém pode gostar de certa paisagem porque esta lhe recorda a terra natal ou de um retrato porque lhe lembra um amigo. Nada há de errado nisso. Todos nós, quando vemos um quadro, somos fatalmente levados a recordar mil e uma coisas que influenciam o nosso agrado ou desagrado. Na medida em que essas lembranças nos ajudam a fruir do que vemos, não temos por que nos preocupar. Só quando alguma recordação irrelevante nos torna preconceituosos, quando instintivamente voltamos as costas a um quadro magnífico de uma cena alpina porque não gostamos de praticar o alpinismo, é que devemos sondar o nosso íntimo para desvendar as razões da aversão que estraga um prazer que, de outro modo, poderíamos ter tido. Existem razões erradas para não se gostar de uma obra de arte.
(A história da arte, 2012.)
Está em acordo com o segundo parágrafo do texto a ideia de que
as obras de arte de que gostamos transformam a maneira como nos relacionamos com o passado e com nossas experiências pessoais.
a relação do público com a arte é pessoal e deve ser louvada, mesmo que a falta de gosto por uma obra seja resultado de um preconceito.
os preconceitos que fazem as pessoas rejeitarem determinado objeto de arte estão relacionados a um passado pessoal problemático.
a história individual das pessoas transforma a maneira como avaliam suas experiências com a arte, produzindo tanto atração quanto rejeição a determinado objeto.
as pessoas gostam ou desgostam de uma obra de arte por motivos pessoais e por desconhecimento das regras para avaliar uma obra.