Leia o trecho do romance de Aluízio Azevedo, escrito em 1890.
A fábrica de massas italianas começou a trabalhar, engrossando o barulho com seu arfar monótono de máquina a vapor. Rompiam das gargantas os fados portugueses e as modinhas brasileiras.
(FONTE: O CORTIÇO. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2004. p. 43. [Adaptado].)
Na obra O Cortiço, o autor consagrou uma visão da cidade do Rio de Janeiro, no momento em que se iniciava o governo republicano. Na Primeira República, o cortiço, como experiência urbana, indicava
o afastamento das moradias populares do centro da cidade, projeto das oligarquias republicanas.
a difusão de valores presentes no mundo da fábrica, como disciplina e solidariedade.
a ausência de privacidade, aproximando de forma intensa e conflituosa imigrantes e nacionais.
a valorização das práticas sociais e culturais fundadas no associativismo e o abrandamento das tensões raciais entre aqueles que partilhavam o espaço de moradia.