Leia o trecho do romance A queda dum anjo, de Camilo Castelo Branco, para responder à questão.
Por fins de janeiro, chegou Calisto a Lisboa, e alugou casa no bairro de Alfama, por lhe terem dito que, naquela porção de Lisboa antiga, a cada esquina havia um monumento à espera de arqueólogo competente.
Ao cabo de três dias, Calisto mudou-se para rua mais limpa, supondo que os lamaçais de Alfama haviam tragado os monumentos, lamaçais em que ele desastradamente escorregara, e donde saíra mal-limpo, e assoviado por marujos e colarejas1, seus vizinhos mais chegados. Mau agouro! A primeira quimera de Calisto, seu tanto ou quanto científica, atascara-se na lama daquela parte de Lisboa, que devia ser a ínclita2 Ulisseia de Luís de Camões!
(Camilo Castelo Branco. A queda dum anjo, 1866. Adaptado.)
Glossário:
1 colareja: mulher que vende frutas e hortaliças no mercado.
2 ínclita: que é notável por possuir grandes qualidades.
No contexto em que se encontra, a conjugação do verbo sublinhado indica um fato passado transcorrido antes de outro, também situado no passado, em:
“que devia ser a ínclita Ulisseia de Luís de Camões!” (2º parágrafo).
“a cada esquina havia um monumento” (1º parágrafo).
“lamaçais em que ele desastradamente escorregara” (2º parágrafo).
“Por fins de janeiro, chegou Calisto a Lisboa” (1º parágrafo).
“supondo que os lamaçais de Alfama” (2º parágrafo).