Leia o trecho do poema “Amor feinho”, de Adélia Prado, para responder à questão.
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.
(Bagagem, 2011.)
Segundo o eu lírico, o “amor feinho” é
um acontecimento único na vida de uma pessoa.
uma experiência cotidiana, desejável e possível.
uma ilusão em que alguns amantes acreditam.
uma maneira de viver acessível a qualquer pessoa.
um estado de aceitação de uma vida desinteressante.