FMJ 2021

Leia o trecho do artigo “Flertando com o desconhecido”, de Marcelo Gleiser, para responder à questão.

 

    Muita gente acha que a ciência é uma atividade sem emoções, destituída de drama, fria e racional. Na verdade, é justamente o oposto. A premissa da ciência é a nossa ignorância, nossa vulnerabilidade em relação ao desconhecido, ao que não sabemos. Muitas vezes, quando experimentos revelam novos aspectos da Natureza que sequer haviam sido conjecturados, a sensação de tatearmos no escuro pode levar ao desespero. E agora? Se nossas teorias não podem explicar o que estamos observando, como ir adiante? Nenhum exemplo na história da ciência ilustra melhor esse drama do que o nascimento da física quântica, que descreve o comportamento dos átomos e das partículas subatômicas, e que está por trás de toda a revolução digital que rege a sociedade moderna.

    Ao final do século XIX, a física estava com muito prestígio. A mecânica de Newton, a teoria eletromagnética de Faraday e Maxwell, a compreensão dos fenômenos térmicos, tudo levava a crer que a ciência estava perto de chegar ao seu objetivo final, a compreensão de toda a Natureza. Para a surpresa de muitos, experimentos revelaram fenômenos que não podiam ser explicados pelas teorias da chamada era clássica. Não se sabia, por exemplo, se átomos eram ou não entidades reais, já que a física clássica previa que seriam instáveis. Gradualmente, ficou claro que uma nova física era necessária para lidar com o mundo do muito pequeno. Mas que física seria essa? Ninguém queria mudanças muito radicais. Ou quase ninguém.

    A primeira ideia da nova era veio de Max Planck. Eis como Planck relatou em 1900 seu estado emocional ao propor a ideia do quantum (o menor valor que certas grandezas físicas podem apresentar): “Resumidamente, posso descrever minha atitude como um ato de desespero, já que por natureza sou uma pessoa pacífica e contrária a aventuras irresponsáveis.” O uso da palavra “desespero” é revelador. Planck viu-se forçado a propor algo novo, que ia contra tudo o que havia aprendido até então e que acreditava ser correto sobre a Natureza. Abandonar o velho e propor o novo requer muita coragem intelectual. E muita humildade, algo que faltava aos que achavam que a física estava quase completa. Planck sabia que a física tem como missão explicar o mundo natural, mesmo que a explicação contrarie nossas ideias preconcebidas. Nunca devemos arrogar que nossas ideias tenham precedência sobre o que a Natureza nos diz.

(O caldeirão azul, 2019. Adaptado.)

“Planck sabia que a física tem como missão explicar o mundo natural, mesmo que a explicação contrarie nossas ideias preconcebidas.” (3° parágrafo)

 

Em relação ao trecho que o antecede, o trecho sublinhado expressa ideia de

a

consequência. 

b

condição. 

c

conclusão. 

d

concessão. 

e

causa.

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Resposta
D
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