Leia o trecho de Quincas Borba, de Machado de Assis, para responder às questão.
E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas1, soluços e sarabandas2, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
(Quincas Borba, 1992.)
1 polca: tipo de dança.
2 sarabanda: tipo de dança.
De acordo com o narrador,
os momentos felizes são mais raros que os tristes.
os erros do passado não afetam o presente.
cada instante vivido deve ser festejado.
a existência é marcada por antagonismos.
a sabedoria está em perseguir a felicidade.
Para resolver essa questão, precisamos interpretar o trecho de “Quincas Borba”, de Machado de Assis. Nele, observa-se a ideia da “lei do mundo”: enquanto uma pessoa chora, outra ri, e assim se estabelece o equilíbrio entre opostos. A citação aponta que a vida não é uniforme — ora há momentos de tristeza, ora de alegria — e isso proporciona a “variedade necessária” à existência.
A melhor opção, portanto, é aquela que expressa que a vida se compõe de antagonismos, ou seja, de opostos que se complementam para formar o equilíbrio de que fala o narrador. Por isso a alternativa correta é a letra D: “a existência é marcada por antagonismos.”
Antagonismo e equilíbrio em Machado de Assis: Em diversas obras de Machado de Assis, ele explora a dualidade presente na vida, como alegria e tristeza, razão e emoção, liberdade e prisão, etc. O trecho do enunciado indica precisamente essa observação sobre a existência: para manter o equilíbrio do mundo, torna-se necessário que haja tanto momentos alegres quanto tristes.