Leia o trecho da resenha de Leila Saraiva do livro Do corpo ao pó: crônicas da territorialidade Kaiowá e Guarani nas adjacências da morte, escrito pelo antropólogo Bruno Morais.
A morte, que aparece já no título da obra, acompanha os interlocutores do autor cotidianamente [...]. Habituada com a guerra, D. Damiana, umas das principais personagens do livro, é tudo, menos vítima: continua abrindo sua roça em meio a um cerco perverso da soja, continua cuidando de seus mortos, levantando acampamento, combatendo a disciplina colonizadora que tentam impor, sem sucesso, ao seu corpo, à sua terra.
(Le monde diplomatique Brasil, maio de 2018.)
O trecho apresenta a história de algumas regiões do Brasil atual como um mosaico constituído
pela inexistência de projetos estatais, pelo fim do extrativismo econômico e pela falta de consciência social dos povos indígenas.
pela igualdade dos grupos econômico-sociais, pela unidade cultural e pela ausência de disputas por terra.
pelo baixo desenvolvimento econômico, pela preservação do meio ambiente e pela garantia da propriedade coletiva.
pelo avanço da fronteira agrícola, pela diversidade étnica e pela terra como fator de constituição de identidade.
pela oposição estatal à concentração fundiária, pelo silêncio da Constituição sobre direitos indígenas e pela estatização das terras produtivas.