Leia o trecho da palestra “O perigo de uma única história”, da escritora nigeriana Chimamanda Adichie, para responder à questão.
É assim que se cria uma única história: mostre um povo como uma coisa, como somente uma coisa, repetidamente, e será o que eles se tornarão. É impossível falar sobre a criação de uma única história sem falar sobre o poder. Há uma palavra do mundo igbo* que eu lembro sempre quando falo sobre as estruturas de poder no mundo, e a palavra é “nkali”. É um substantivo que pode ser traduzido como “ser maior do que o outro”. Como os nossos mundos, econômico e político, as histórias também são definidas pelo princípio do “nkali”: como são contadas, quem as conta, quando e quantas histórias são contadas, tudo realmente depende do poder.
* Igbo: sociedade da região da Nigéria.
http://tinyurl.com/z7wcfj4%20Acesso%20em:%2023.09.2016.%20 Adaptado.
Segundo a escritora, há estruturas de poder que explicam porque as relações entre os povos são como são, definindo inclusive a forma como um fala sobre o outro.
Assinale a alternativa que corresponde corretamente à ideia por ela apresentada nesse trecho.
Ao narrar a própria história, os povos que são maiores do que os outros consideram a diversidade que existe no mundo.
Ser maior do que o outro é a condição essencial para se poder dizer algo sobre alguém respeitando as suas características.
Ao se sentirem maiores do que outros, alguns povos que detêm o poder narram histórias que definem a única forma como os demais serão vistos.
Falar sobre outras histórias, diferentes daquelas contadas pelos povos que detêm o poder, é o que significa o princípio de “nkali”.
Falar repetidamente algo sobre um grupo faz com que essa “coisa” seja evitada, de acordo com a visão de mundo igbo.