Leia o trecho da música “Tango amazônico”, que foi composta por Luiz Fontana e gravada pelo cantor Nílson Chaves, em 1990.
“E nas águas do plim-plim / Eu me transformo num herói tupiniquim. / Tira mão do meu terreiro / Esta terra eu vi primeiro / Tá provado pelo mapa / Teu buraco é mais em cima / Sai pra lá não se aproxima / Pois eu vou contar pro Papa. / Amazônia é minha e ninguém tasca / Não enche o saco, vai cuidar do teu Alasca / Isso não se faz, onde já se viu? / O Tio Sam tirando casca do Brasil / Isso não se faz, onde já se viu? / O Tio Sam que vá pra... Olé!”
(“Tango amazônico”, letra de Luiz Fontana, álbum Amazônia, 1990).
Com base no trecho da letra citada acima e em seus conhecimentos, é correto afirmar:
O compositor evidenciava sua admiração pela Igreja Católica, ao apontar que denunciaria ao Papa o interesse de Tio Sam pela Amazônia.
A música defende os direitos dos povos indígenas sobre as terras da Amazônia, por isso a letra diz “eu me transformo num herói tupiniquim”.
“Tio Sam tirando casca do Brasil” é uma expressão utilizada para se referir às multinacionais japonesas (“samurais”), tradicionais importadoras de cascas de árvores amazônicas.
O trecho da letra é um bom exemplo das músicas ingênuas que marcaram a chamada Música Popular Paraense do período, alheias às questões políticas da região.
A música apresenta forte conteúdo de crítica política, denunciando os interesses do governo dos Estados Unidos sobre a Amazônia.