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Texto
92
Tarde de verão, é levado ao jardim na cadeira de
braços — sobre a palhinha dura a capa de plástico e,
apesar do calor, manta xadrez no joelho. Cabeça caída no
peito, um fio de baba no queixo. Sozinho, regala-se com o
trino da corruíra, um cacho dourado de giesta e, ao arrepio
da brisa, as folhinhas do chorão faiscando — verde, verde!
Primeira vez depois do insulto cerebral aquela ânsia de
viver. De novo um homem, não barata leprosa com caspa
na sobrancelha — e, a sobra das folhas na cabecinha
trêmula, adormece.
Gritos: Recolha a roupa. Maria, feche a janela.
Prendeu o Nero? Rebenta com fúria o temporal. Aos
trancos João ergue o rosto, a chuva escorre na boca torta.
Revira em agonia o olho vermelho — é uma coisa que a
família esquece na confusão de recolher a roupa e fechar
as janelas?
TREVISAN, D. 92. In: TREVISAN, D. Ah, é? 2. ed. Rio de Janeiro: Record,
1994. p. 67.
Nas linhas 7 e 8, do primeiro parágrafo do texto, está evidenciado que
a personagem está em um manicômio.
o protagonista leva as ofensas a sério.
João se equilibra com o canto da corruíra.
a personagem está descontrolada.
João sofreu um Acidente Vascular Cerebral.