Leia o texto para responder à questão.
Antes acuado e abatido pelos longos meses de revolta dos coletes amarelos em cidades da França, com direito a cenas de guerra civil e vandalismo explícito em Paris, o presidente Emmanuel Macron ressurgiu, neste final de férias do verão europeu, bronzeado e adulado após os três dias da cúpula do G7 organizada em Biarritz. Não era este, no entanto, o cenário mais previsível. O encontro anual dos líderes de Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Itália e Canadá tinha tudo para acabar em mais um convescote diplomático de grandes potências em que nada se decide e tudo se complica. Em um abrasivo contexto mundial, eram esperadas turbulências meteorológicas na orla, fruto das costumeiras intempéries provocadas pelo presidente americano, Donald Trump, confessadamente avesso às instâncias multilaterais. Mas Macron, que havia cuidadosamente prepara- do seu plano com muita antecedência, conseguiu domar os impetos do líder da Casa Branca e obteve, pelo menos, dois avanços significativos e inesperados: trouxe Washington de volta à via diplomática com Teerã na crise do acordo nuclear iraniano, interrompendo o ciclo progressivo de tensões, e abriu caminho para o arrefecimento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, fator de constantes abalos mundiais.
(Fernando Eichenberg. https://epoca.globo.com, 13.09.2019. Adaptado.)
Na passagem “Mas Macron, que havia cuidadosamente preparado seu plano com muita antecedência”, a conjunção sublinhada tem a função de
colocar Macron como o maior líder mundial da contemporaneidade, já que foi capaz de acabar com a guerra comercial existente entre os Estados Unidos e a China.
orientar a argumentação favoravelmente ao papel diplomático de Macron, que emerge no encontro como um líder capaz de obter acordos relevantes para as nações mundiais.
consolidar o posicionamento de que Macron não conseguiu impor-se como líder no encontro anual, o que decorre da situação conturbada vivida no país presidido por ele.
questionar o protagonismo de Macron entre os líderes mundiais, uma vez que os avanços obtidos não dão conta de conter as turbulências políticas que assolam as nações.
econhecer a importância do encontro dos líderes mundiais que, como não estão acuados e abatidos como Macron, são capazes de se articular pelo bem comum das nações.
Para resolver a questão, é fundamental notar a função discursiva da conjunção “Mas” na frase “Mas Macron, que havia cuidadosamente preparado seu plano com muita antecedência”. O texto descreve Macron como alguém que, apesar de todos os desafios enfrentados internamente na França, conseguiu resultados diplomáticos importantes no encontro do G7. Assim, “Mas” introduz uma oposição em relação às expectativas negativas e mostra que, ao contrário do que se poderia prever, Macron obteve êxito inesperado. A resposta correta é a alternativa B, pois indica que a conjunção orienta a argumentação de forma favorável às ações diplomáticas de Macron, destacando sua capacidade de negociação e liderança no encontro.
As conjunções adversativas ("mas", "porém", "contudo", etc.) são usadas para introduzir um contraste entre duas ideias. Neste texto, "mas" cria uma oposição entre o contexto anterior (em que se esperava um resultado negativo ou sem avanços) e o que de fato ocorreu (resultado favorável e inesperado para Macron).