Leia o texto, extraído do livro Viva a língua brasileira!, de Sérgio Rodrigues, para responder à questão.
Personagem
O substantivo personagem, que um dia foi exclusivamente feminino, é cada vez mais — sobretudo no Brasil — compreendido como aquilo que chamam “comum de dois”, uma palavra invariável que pode ser masculina ou feminina conforme o caso.
Barbarismo? Erro crasso? Seria preciso ser extremamente conservador para condenar a esta altura algo que autores cultos vêm empregando há décadas e que todos os principais dicionários brasileiros e portugueses já aceitam: personagem é um substantivo de dois gêneros.
Se não cabe acusar de incorrer em erro quem, fiel ao uso clássico, diz que Bentinho é “uma personagem”, tampouco faz sentido condenar quem opta pelo uso moderno e distingue entre “o personagem Bentinho” e “a personagem Capitu”. Influência do francês?
Vinda do francês personnage — e portanto descendente do latim persona, inicialmente “máscara de teatro”, onde fomos buscar nosso substantivo pessoa —, a palavra teve seu gênero exclusivamente feminino defendido com ardor pelo influente gramático brasileiro Napoleão Mendes de Almeida em seu Dicionário de questões vernáculas.
Para Napoleão, o personagem não passava de um francesismo, influência do francês le personnage. Talvez fosse mesmo. Como em tantas outras questões em que o purismo foi atropelado pela marcha da história, cabe perguntar: e daí?
(Viva a língua brasileira!, 2016.)
Depreende-se do texto que seu autor,
a exemplo do gramático Napoleão, defende o purismo da língua portuguesa.
a exemplo do gramático Napoleão, assume uma postura conservadora em relação à evolução da língua portuguesa.
diferentemente do gramático Napoleão, assume uma postura liberal em relação à evolução da língua portuguesa.
diferentemente do gramático Napoleão, defende o purismo da língua portuguesa.
a exemplo do gramático Napoleão, condena o purismo da língua portuguesa.