Leia o texto de Michael Archer para responder à questão.
Quem examinar com atenção a arte dos dias atuais será confrontado com uma profusão de estilos, formas, práticas e programas. De início, parece que, quanto mais olhamos, menos certeza podemos ter quanto àquilo que, afinal, permite que as obras sejam qualificadas como “arte”, pelo menos de um ponto de vista tradicional. Por um lado, não parece haver mais nenhum material que desfrute do privilégio de ser imediatamente reconhecível como material da arte: a arte recente tem utilizado não apenas tinta, metal e pedra, mas também ar, luz, som, palavras, pessoas, comida e muitas outras coisas. Hoje existem poucas técnicas e métodos de trabalho, se é que existem, que podem garantir ao objeto acabado a sua aceitação como arte. Inversamente, parece, com frequência, que pouco se pode fazer para impedir que mesmo o resultado das atividades mais mundanas seja compreendido como arte. Embora a pintura possa continuar sendo importante para muitos, ao lado dos artistas tradicionais há aqueles que utilizam fotografia e vídeo, e outros que se engajam em atividades tão variadas como caminhadas, apertos de mão ou cultivo de plantas.
(Arte contemporânea: uma história concisa, 2012. Adaptado.)
Segundo o autor do texto,
o conceito de arte dos dias atuais deveria ser mais estrito a fim de que o público entendesse que o valor da arte verdadeira não pode ser confundido com a vida regular cotidiana.
o sentido da arte nos dias atuais é fazer com que qualquer pessoa, em qualquer circunstância, possa fazer de sua existência cotidiana um objeto de arte.
os processos concomitantes de inclusão de práticas cotidianas na arte e de dissolução das possíveis definições do objeto artístico são uma ilusão produzida pelo mau entendimento do que seja um artista.
a arte dos dias atuais utiliza um conjunto de objetos e práticas maior do que a arte tradicional, fazendo com que as fronteiras entre arte e cotidiano sejam menos precisas do que já foram.
a confusão aparente entre arte e vida regular encobre a existência de, mesmo nos dias atuais, uma produção artística genuína, com real valor estético.