Leia o texto de Martha San Juan França para responder à questão.
A clonagem mexe tanto com o imaginário popular que foi até tema de novela de TV. O assunto lembra a criação de pessoas em série, iguais a uma matriz, agindo e pensando da mesma maneira. Por isso mesmo, os cientistas que defendem a clonagem terapêutica não gostam nem mesmo de chamá-la por esse nome. Preferem dizer transferência do núcleo da célula somática, que significa a possibilidade de reverter a diferenciação de uma célula para transformá-la em qualquer tipo celular. Foi essa a técnica utilizada para a criação da ovelha Dolly, em 1997, o primeiro animal clonado a partir de células de um adulto e marco da evolução das pesquisas com células-tronco.
Antes do nascimento de Dolly não se acreditava ser possível fazer com que uma célula de mamífero, já diferenciada, pudesse ser reprogramada ao estágio inicial, de modo que se comportasse como um óvulo recém-fecundado por um espermatozoide. Só para recordar: a ovelha Dolly (sacrificada seis anos após o seu nascimento, por sofrer de uma doença pulmonar incurável) originou-se da transferência do núcleo de uma célula da glândula mamária de uma fêmea para um óvulo vazio. Para a obtenção do clone, o óvulo tratado foi inserido em um útero de uma ovelha “barriga de aluguel”.
Se o princípio da clonagem terapêutica é o mesmo do da reprodutiva, os objetivos são diferentes. Os cientistas que se empenham na aprovação dessas pesquisas não pretendem desenvolver gêmeos em série nem criar indivíduos. A clonagem, nesses casos, seria utilizada como fonte de tecidos e órgãos.
(Células-tronco, 2007. Adaptado.)
Alguns cientistas preferem chamar a clonagem por outro nome a fim de
deixar claro que o processo de clonagem terapêutica se baseia em princípios que não tratam da manipulação genética em laboratório.
valorizar a clonagem reprodutiva perante a opinião pública, afastando a sua associação com os processos retratados em novelas de TV.
evitar que a clonagem terapêutica seja confundida com a ideia vulgar de clonagem, isto é, a produção de cópias de seres humanos a partir do material genético.
facilitar à população a distinção entre um médico que segue princípios éticos de conduta e aquele que não se pauta por eles.
prevenir a população de que não é possível duplicar seres vivos a partir do material genético de uma matriz.