Leia o texto.
Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais. Os reis de Portugal enviaram numerosas missões diplomáticas a seus homólogos da África ocidental. Assim, entre 1481 e 1495, D. João II de Portugal enviou embaixadas ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu e ao mansa do Mali.
Duas missões diplomáticas foram enviadas ao Mali, mostrando a importância que o soberano português atribuía a esse país. A primeira partiu pelo Gâmbia, a segunda partiu do forte de Elmina. O mansa que as recebeu, Mahmūd, era filho do mansa Ule (Wule) e neto do mansa Mūsā. (...).
[Madina Ly-Tall, O declínio do Império do Mali. In Djibril Tamsir (editor), História geral da África, IV: África do século XII ao XVI]
No contexto apresentado, o Império português mudou a sua estratégia política, pois
encontrou um povo que desconhecia o uso da moeda na prática comercial.
descobriu tribos que não passaram pelas etapas do desenvolvimento histórico, como o feudalismo.
reconheceu a presença de um Estado marcado por sólidas estruturas políticas.
identificou a tendência africana em refutar todas as influências externas ao continente.
percebeu na África, em geral, a produção voltada apenas para as trocas ritualísticas.
Neste exercício, observamos como Portugal, depois de enfrentar hostilidades iniciais ao fazer contato com sociedades africanas, precisou mudar sua estratégia de aproximação. De uma posição de confronto mais direto, a Coroa portuguesa passou a buscar relações diplomáticas com os soberanos locais, reconhecendo a complexidade das estruturas estatais já estabelecidas no contexto da África Ocidental. Assim, foram enviadas embaixadas para diferentes reinos, como Mali e Tombuctu, demonstrando que havia, naquela região, Estados organizados e capazes de manter relações diplomáticas de igual para igual. Dessa forma, a alternativa correta é a C: "reconheceu a presença de um Estado marcado por sólidas estruturas políticas."