Leia o texto a seguir.
“Nas faculdades de medicina, tinhamos outro exemplo importante das transformações culturais da época. Vista nos séculos anteriores como uma 'arte mecânica', quer dizer, manual, ela tinha sido socialmente desvalorizada. Vista como conjunto de práticas mágicas, ela tinha sido muitas vezes rejeitada pela igreja; até fins do século XIlInão se praticava a dissecação de cadáveres, pois sendo o homem feito à imagem e semelhança de Deus, abrir seu corpo seria de alguma forma uma violência para com a divindade. No entanto, a visão naturalista de mundo que se desenvolvia desde o século XIl alterava aquela postura.”
FRANCO JUNIOR, Hilário. Idade média e o nascimento do ocidente. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 143-144.
A passagem acima ilustra algumas das transformações que ocorriam no campo da medicina na Europa do século XIII, decorrentes, tanto do contato com as culturas bizantina e árabe (com consequente revalorização da herança intelectual greco-latina), como pelo surgimento das primeiras universidades.
A estrutura das universidades teve um papel fundamental na consolidação e difusão desses novos preceitos, pois era
laica: professores e alunos rejeitavam a influência direta e indireta da Igreja no ensino.
monopolista: as instituições buscavam exercer um domínio sobre o conhecimento por meio de acordos com os monarcas.
difusora: as instituições buscavam difundir as novas ideias fora das instituições universitárias
corporativista: professores e alunos lutavam pela autonomia das universidades frente aos poderes eclesiásticos, comunais e monárquicos.