Leia o texto a seguir.
“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso.
Contra a justiça da revisão do salário mínimo, se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. [...]”
VARGAS, Getúlio. Carta testamento. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/getuliovargas/carta-testamento-de-getulio-vargas Acesso em 30 de agosto de 2021.
O trecho acima faz parte da carta que Getúlio Vargas deixou ao cometer suicídio.
De acordo com seus conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA.
O projeto nacionalista de Vargas chocava-se com interesses internacionais estabelecidos no Brasil, a criação da Petrobrás e da Eletrobrás não era bem vista por companhias estrangeiras.
Nunca houve interferência de governos e companhias internacionais nos governos brasileiros, o país sempre foi soberano para tomar decisões econômicas e sociais.
Vargas tinha amplo apoio de governos e companhias estrangeiras e a criação de estatais nada teve a ver com as pressões que o levaram ao suicídio.
Em 1954 o Brasil vivia uma crise econômica sem precedentes que foi agravada com a criação de estatais como a Petrobrás e a Eletrobrás.
Vargas tinha amplo apoio na classe média e na elite brasileira, no entanto, era bastante rejeitado pelas classes trabalhadoras que viam nele um presidente que governava somente para os ricos.