Leia o texto a seguir:
Desde os primeiros anos de sua independência da Inglaterra, especialmente sob a liderança de Jawaharlal Nehru (1947-1964), a Índia adotou uma posição proativa nas instituições internacionais para condenar as malevolências da corrida nuclear. Nehru defendeu uma missão para a Índia – "despertar a consciência do mundo para os efeitos malignos da explosão nuclear" – e em seguida fez o pedido: "Em nome do meu governo, e, acho que posso dizer com alguma segurança, em nome dos futuros governos da Índia, não importa o que acontecer, quaisquer que sejam as circunstâncias, não devemos nunca utilizar a energia atômica com propósitos maléficos". No entanto, Nehru estava igualmente convencido da importância da energia atômica para a Índia no desenvolvimento de sua base energética e industrial.
NARLIKAR, A. Patriotismo peculiar ou cálculo estratégico? Explicando a estratégia de negociação da Índia em ascensão. In: Hurrel, A. et al. Os BRICS e a nova ordem mundial. Rio de Janeiro: FGV, 2009, p. 108.
Após essas declarações de Nehru, os governos da Índia assumiram, especialmente a partir da década de 1970, a seguinte posição acerca do uso da energia atômica:
Efetivação de acordos energéticos com a China, amenizando os conflitos fronteiriços no norte do território indiano.
Ampliação da base industrial indiana, reforçando a integração regional com os recursos energéticos da Federação Russa.
Assinatura do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNT), garantindo a estabilidade geopolítica na região da Caxemira.
Subscrição do Tratado de Banimento Parcial de Testes (PTBT), assegurando a produção doméstica de energia elétrica nuclear.
Realização de testes nucleares, provocando a retaliação do Paquistão em disputas territoriais com sua própria série de testes.