Leia o texto a seguir.
Assim, porque os nossos sentidos nos enganam às vezes, quis supor que não havia coisa alguma que fosse tal como eles nos fazem imaginar... E enfim, considerando que todos os mesmos pensamentos que temos quando despertos nos podem também ocorrer quando dormimos, sem que haja nenhum, nesse caso, que seja verdadeiro, resolvi fazer de conta que todas as coisas que até então haviam entrado no meu espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio de Filosofia que procurava.
(DESCARTES, R. Discurso do Método. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p.54.)
Com base nos conhecimentos sobre o pensamento de Descartes, assinale a alternativa correta.
A dúvida não é um bom método na busca da verdade.
Devemos aceitar como verdade o que nossos sentidos apreendem.
Devemos duvidar da possibilidade do conhecimento humano.
Duvidar significa desrespeitar a opinião dos outros.
“Eu penso, logo existo” é uma certeza absoluta, indubitável.