Leia o texto a seguir.
Antigamente nem em sonho existia tantas pontes sobre os rios, nem asfalto nas estradas. Mas hoje em dia tudo é muito diferente com o progresso nossa gente nem sequer faz uma ideia.
Tenho saudade de rever nas currutelas as mocinhas nas janelas acenando uma flor.
Por tudo isso eu lamento e confesso que a marcha do progresso é a minha grande dor. Cada jamanta que eu vejo carregada transportando uma boiada me aperta o coração.
E quando olho minha traia pendurada de tristeza dou risada pra não chorar de paixão.
(Adaptado de: Nonô Basílio e Índio Vago. Mágoa de Boiadeiro.)
O texto aproxima-se sociologicamente da leitura teórica de
Comte, que defende a necessidade de formas tradicionais de vida em detrimento da desilusão do progresso.
Durkheim, que analisa o progresso como elemento desagregador da vida social ao provocar o enfraquecimento das instituições.
Marx, que condena o desenvolvimento das forças produtivas por seus efeitos alienantes sobre o homem.
Spencer, que tem uma leitura romântica da sociedade e vê o passado como mais rico culturalmente.
Weber, para quem a modernização e a racionalização é acompanhada pelo desencantamento do mundo.