Leia o texto a seguir.
A crise e a crase
Ônibus de turismo já costumavam parar em frente à mansão de Chiquinho Scarpa, em São Paulo, para que os passageiros tirassem fotos. Há um mês, o movimento aumentou. É que o playboy de 64 anos estendeu uma faixa no jardim, com seu rosto estampado. Diz ele que os motoristas que passam por ali aprovam a mensagem, gritando: “É isso aí, Chiquinho”. O slogan: “Juntos pelo Brasil! Não a (sic) luta de classes!”.
Veja, 20/04/2016, p. 89.
O emprego ou a omissão do acento grave indicativo de crase pode mudar o sentido de uma afirmação.
A análise adequada do slogan referido no texto, considerando-se o emprego ou não do acento grave, encontra-se em:
Sem o acento grave, a afirmação fica sem sentido e por isso vem acompanhada do vocábulo sic, para mostrar que não foi feita uma alteração gramatical necessária.
O vocábulo sic, empregado na reprodução do slogan, indica que houve a manutenção do estilo de elaboração do texto, o que não fere a norma-padrão.
A opção pela omissão do acento grave revela que o autor do slogan se refere a uma luta geral, sem que haja recorte de envolvidos.
Caso optasse pelo emprego do acento grave, o autor do slogan geraria ambiguidade no enunciado, pois não seria possível identificar que luta estaria em questão.
As pessoas que passam pelo local em que se encontra o slogan compreendem a mensagem de duas maneiras, por isso fazem elogios ao autor.