Leia o soneto a seguir
Cárcere das almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?
SOUSA, Cruz e. Poesias completas: broqueis, faróis, últimos sonetos. São Paulo: Publifolha, 1997. p. 94
No soneto de Cruz e Sousa, há a presença de palavras e expressões que remetem a uma atmosfera noturna, opressiva e macabra, comum à tradição simbolista.
São exemplos dessas palavras, EXCETO:
Calabouço atroz.
Grilhões.
Funéreo.
Trevas.
Sonha.