Leia o seguinte texto.
Durante anos [...], os quenianos foram educados em inglês, desde a creche até a universidade. Não é complicado imaginar o quão difícil que deve ter sido para todas aquelas crianças. Sua educação em inglês provocava uma fratura entre a língua que usavam em suas casas e a língua que usavam nas escolas, com a qual conceitualizavam o mundo. Na atualidade, há toda uma geração de jovens quenianos que vivem entre dois mundos. Têm um domínio perfeito do inglês, mas a cultura majoritária do Quênia pós-colonial, na qual vivem e trabalham, não é de fala inglesa.
Ngūgī wa Thiong’o. Desplazar el centro. La lucha por las libertades culturales . Barcelona: Rayo Verde, 2017. p. 164.
Assinale a alternativa que, segundo o texto, indica uma das principais consequências do colonialismo europeu no continente africano.
A imposição do conhecimento de várias línguas para a inserção de africanos no mundo globalizado.
A precarização da educação formal que impossibilita a correta formação para o mercado de trabalho.
A negação, por parte dos africanos, de conceitualizar o mundo, a partir das línguas nativas, no contexto pós-colonial.
A experiência de intercâmbio promovida pelas antigas colônias, permitindo que os africanos tenham dupla cidadania.
A distância entre as formas culturais das sociedades africanas e o caráter eurocêntrico da formação escolar colonial.