Leia o seguinte texto.
Davi Kopenawa é uma liderança política da etnia Yanomami, que vive no extremo norte do estado do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. Na década de 1980, os Yanomamis viram seus territórios serem invadidos por cerca de 40 mil garimpeiros, espalhando muitas doenças que levou à morte muitas pessoas. Nascido na década de 1950, Davi viu a destruição trazida pelo garimpo e se tornou um ativista defensor do território yanomami, o que o levou a viajar pelo mundo defendendo os direitos indígenas garantidos na Constituição Federal de 1988. Em 2015, foi publicado no Brasil um livro de sua autoria, “A queda do céu: palavras de um xamã yanomami”. O livro é reflexão importante sobre o Brasil, e também sobre a sociedade ocidental, industrial, urbana e científica. O autor apresenta uma visão pessimista sobre o futuro, consequência do modo como temos usado a terra e seus recursos. Sua discussão ganhou a simpatia de ecológos e ambientalistas que vêm apontando para os problemas ambientais atuais, que seriam resultados da intensificação das atividades econômicas no Brasil e no mundo. Em A queda do céu o autor também faz uma reflexão interessante sobre nossa ideia de meio ambiente: “Nós não usamos a palavra ‘meio-ambiente’. Dizemos apenas que queremos proteger a floresta inteira. ‘Meio ambiente’ é a palavra de outra gente, é uma palavra dos brancos. O que vocês chamam de ‘meio ambiente’ é o que resta do que vocês destruíram”.
Davi Kopenawa apud Albert, Bruce. O ouro canibal e a queda do céu. Uma crítica xamânica da economia política da natureza. In: Albert, Bruce & Ramos, Alcida. Pacificando o Branco. Cosmologias do contato Norte-Amazônico. Editora Unesp, SP, 2002.
Sobre o mesmo tema, veja esta perspectiva do cartunista argentino Quino.
Além do garimpo que afeta diretamente a população Yanomami, assinale a alternativa correta com outra(s) atividade(s) que pode(m) ser relacionada(s) às perspectivas dos autores.
O engajamento das grandes indústrias em políticas de produção mais sustentável, procurando vias alternativas de produção e distribuição das mercadorias, com o intuito de minimizar os impactos ambientais e sociais.
Os autores estão descontextualizados do contexto político geral da América Latina, que vem se destacando no cenário mundial nas últimas décadas por ter políticas de proteção ambiental eficazes, que têm garantido, por exemplo, a proteção da Floresta Amazônica e impedindo o avanço do desmatamento.
As políticas públicas que têm como objetivo minimizar as diferenças sociais e reduzir os danos ambientais causados pelas atividades de produção.
O desmatamento de florestas e a construção de hidrelétricas com alto impacto ambiental e social, a monocultura e o uso abusivo de agrotóxicos, alimentos transgênicos e a flexibilização das políticas de proteção ambiental.
A não articulação dos povos tradicionais pelos seus direitos e o engajamento deles em atividades econômicas de alto rendimento, o que têm provocado o desmatamento das florestas nas últimas quatro décadas.