Leia o seguinte poema de Carlos Drummond de Andrade, que faz parte da obra Claro Enigma.
A ingaia ciência
A madureza, essa terrível prenda
que alguém nos dá, raptando-nos, com ela,
todo sabor gratuito de oferenda
sob a glacialidade de uma estela,
a madureza vê, posto que a venda
interrompa a surpresa da janela,
o círculo vazio, onde se estenda,
e que o mundo converte numa cela.
A madureza sabe o preço exato
dos amores, dos ócios, dos quebrantos,
e nada pode contra sua ciência
e nem contra si mesma. O agudo olfato,
o agudo olhar, a mão, livre de encantos,
se destroem no sonho da existência.
Sobre o poema, considere as seguintes afirmativas:
1. Nesse poema, a madureza é o ápice da vida humana.
2. O poeta vê o envelhecimento como uma dissolução, indiscutível e irrevogável.
3. Para o poeta, todos devemos nos opor à decadência da vida.
4. A ironia contida do título do livro ecoa no poema com a oposição entre “ingaia” e “ciência”.
Assinale a alternativa correta.
Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.