Leia o poema “Vaso chinês”, de Alberto de Oliveira, para responder às questão.
Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador1
sobre o mármor2
luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim3
De olhos cortados à feição de amêndoa.
(www.academia.org.br)
1 contador: armário, penteadeira.
2mármor: mármo
3 chim: chinês
A sinestesia é a figura de linguagem na qual duas ou mais sensações associadas a diferentes órgãos dos sentidos se mesclam numa mesma expressão.
Ocorre sinestesia em:
“Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio” (2º estrofe)
“Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio.” (2º estrofe)
“Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.” (1º estrofe)
“Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim” (3º estrofe)
“De olhos cortados à feição de amêndoa.” (4º estrofe)