Leia o poema “O Ovo de galinha”, de João Cabral de Melo Neto, transcrito a seguir:
Ao olho mostra a integridade
de uma coisa num bloco, um ovo.
Numa só matéria, unitária,
maciçamente ovo, num todo.
Sem possuir um dentro e um fora,
tal como as pedras, sem miolo:
e só miolo: o dentro e o fora
integralmente no contorno.
No entanto, se ao olho se mostra
unânime em si mesmo, um ovo,
a mão que o sopesa descobre
que nele há algo suspeitoso:
que seu peso não é o das pedras,
inanimado, frio, goro;
que o seu peso é morno, túmido,
um peso que é vivo e não morto.
Assinale a afirmativa feita sobre o texto que NÃO está correta:
Utilizando o recurso da sinérese, da diérese e da elisão, constata-se que os versos são eneassílabos.
Em todos os versos pares (o 2.o, o 4.o, o 6.o, o 8.o, etc.) foi utilizado o recurso das rimas toantes.
O poeta tem duas percepções do objeto descrito: na primeira metade, descreve-o de um jeito; na segunda, de forma oposta.
O vocábulo “túmido”, no penúltimo verso, possui, de acordo com o sentido do texto, o significado de “inchado” ou “aumentado de volume”.
O verbo “sopesar”, no terceiro verso da penúltima estrofe, significa “avaliar ou sentir o peso” do objeto descrito.