Leia o poema “Ismália”, de autoria de Alphonsus de Guimaraens:
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar.
Assinale a alternativa que NÃO está correta NEM é admissível:
O autor trabalha com, pelo menos, três pares de antíteses, sendo “céu” e “mar” uma delas.
O poema está escrito em redondilhas menores, de onde se origina a extrema musicalidade de seus versos.
O esquema de rimas, em todas as estrofes, é: ABAB.
Sendo a ode um poema de estrofes simétricas (ou iguais), pode-se dizer que esse poema se enquadra nessa forma fixa.
A torre, na verdade, não existe, sendo símbolo de degeneração e de aprisionamento na loucura.