Leia o poema.
Ismália
(Alphonsus de Guimaraens)
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…
E como um anjo pendeu
As asas para voar…
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar…
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
Fonte: (Poesias, poemas e versos. Disponível em: <http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/ismalia-alphonsus-de-guimaraens/>. Acesso em: 19 out. 2017).
No campo literário, a linguagem é organizada pelo poeta para provocar sensações estéticas, sentidos polissêmicos etc. Para isso, o poeta se vale das figuras de linguagem e figuras de construção. No poema Ismália, de Alphonsus de Guimaraens, nota-se a presença da figura de linguagem denominada antítese, que pode ser identificada nos seguintes versos:
Quando Ismália enlouqueceu, / Pôs-se na torre a sonhar…
As asas que Deus lhe deu / Ruflaram de par em par...
E, no desvario seu, / Na torre pôs-se a cantar…
Viu uma lua no céu, / Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu, / Banhou-se toda em luar…