Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga, transcrito a seguir, e marque a alternativa que aponta três características do Arcadismo brasileiro que nele podem ser observadas.
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Vulgarização da figura da mulher; medievalismo; egocentrismo.
Denúncia social; exaltação da vida no campo; temas urbanos.
Exaltação da vida no campo; linguagem simples; pastoralismo.
Temas urbanos; linguagem simples; medievalismo.
Egocentrismo; pastoralismo; denúncia social.
Neste poema de Tomás Antônio Gonzaga, observa-se a exaltação de uma vida campestre idealizada, com destaque para elementos como a uva, o azeite, as ovelhas, o leite e as lãs. A linguagem é simples e voltada para temas bucólicos, o que caracteriza o pastoralismo. Essas características — vida no campo, simplicidade na linguagem e pastoralismo — aparecem como aspectos centrais do Arcadismo e são encontradas de modo claro no texto poético de Gonzaga.
Seguindo a tradição árcade, o sujeito poético valoriza o contato com a natureza, o trabalho no campo e a ideia de uma vida afastada das grandes cidades, em contraste com a vida urbana. Dessa forma, fica evidente que a alternativa correta é a que apresenta esses três elementos que marcam a estética do Arcadismo brasileiro.
Arcadismo brasileiro: movimento literário do final do século XVIII, que valoriza a vida simples no campo (bucolismo), a linguagem clara e objetiva e a idealização da natureza em oposição à vida urbana. Nota-se a influência de conceitos como "locus amoenus" (lugar agradável), que exalta a harmonia e a tranquilidade campestre, e a presença de pastorais — textos em que o eu poético se apresenta como um pastor exaltando os aspectos simples da vida no campo.