Leia o poema de Florbela Espanca para responder à questão.
Amar!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais este e aquele, o outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
(A mensageira das violetas, 1997.)
A comparação dos poemas de Carlos Drummond de Andrade e de Florbela Espanca permite afirmar corretamente que, em ambos, amar
impõe-se sem restrições ao ser, como parte das buscas humanas, ainda que abarque contradições.
é um sentimento que enobrece o homem, muito embora poucos tenham a sorte de prová-lo.
vincula-se à satisfação de impulsos carnais, sem relação com sentimentos de natureza abstrata.
constitui uma experiência de felicidade plena, fruto de uma percepção ingênua e otimista da existência.
é visto como um ato de fraqueza, que deve ser vivido enquanto ainda se é jovem e inexperiente.