Leia o poema de Cecília Meireles, na coluna da esquerda, e o de Mario Quintana, na coluna da direita, abaixo.
Canção excêntrica Seiscentos e sessenta e seis
Ando à procura de espaço A vida é uns deveres que nós trouxemos para
Para o desenho da vida [fazer em casa.
Em números me embaraço Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
E perco sempre a medida. Quando se vê, já é 6ª feira...
Se penso encontrar saída, Quando se vê, passaram 60 anos...
Em vez de abrir um compasso, Agora, é tarde demais para ser reprovado...
projeto-me num abraço E se me dessem – um dia – uma outra
e gero uma despedida. [oportunidade,
Eu nem olhava o relógio
Se volto sobre o meu passo, Seguia sempre, sempre em frente...
É já distância perdida.
E iria jogando pelo caminho a casca dourada
Meu coração, coisa de aço, [e inútil das
começa a achar um cansaço horas
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre os poemas.
( ) O poema de Cecília Meireles apresenta vocabulário ligado à geometria e regularidade estrutural e métrica, apontando para a necessidade de o sujeito lírico definir sua vida com exatidão.
( ) O poema de Mario Quintana busca a definição da vida, a partir da metáfora com o universo escolar e a passagem do tempo.
( ) A sucessão “6 horas, 6ª feira, 60 anos”, no poema de Quintana, indica a finitude: fim do dia útil, fim da semana útil, consequentemente, fim da vida útil.
( ) Os dois poemas, embora os sujeitos líricos sejam uma mulher e um homem, encerram com um tom melancólico, porque a realidade não corresponde às suas expectativas.
V – V – V – V.
V – F – F – V.
V – V – F – F.
F – F – V – F.
F – V – V – F.