Leia o poema de Augusto dos Anjos para responder a questão.
A Ideia
De onde ela vem? De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas da laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica!
ANJOS. Augusto dos. A ideia. In: Eu e outras poesias. Porto Alegre: L&PM, 2007. p. 17
Examine as seguintes sentenças a respeito do poema A Ideia.
1. A poesia de Augusto dos Anjos mostra-se vinculada à tendências parnasianas e naturalistas, o que pode ser expresso, por exemplo, pela preocupação formal e pela preferência pelo soneto, exclusivos deste período.
2. Apresenta vocabulário anticonvencional e tratamento poético à matéria considerada ‘não eleita’ para a época.
3. São características deste poema a distorção, o exagero, a obsessão pela morte e a bestialização humana.
4. Apresenta tom elocucional e intimista e despreza a figura do leitor.
5. O poema tem como temática central a certeza e a especulação da origem das ideias humanas.
6. Há, entre o terceiro e o quarto versos, uma cavalgadura.
7. A terceira estrofe apresenta a origem das ideias recorrendo à fundamentação biológica e espiritual.
8. A última estrofe infere que as ideias são seres autônomos e indeterminados.
9. O terceiro e o quarto verso evidenciam que as ideias realizam movimentos ascendentes.
10. O terceiro verso da terceira estrofe enfatiza que o poeta menospreza as ideias humanas.
A alternativa que contempla a diferença entre as sentenças incorretas e corretas é:
55.
50
47.
42.
39