Leia o poema de Almeida Garrett.
Seus Olhos
Seus olhos – que eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda a alma senti…
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Essa poesia pertence ao Romantismo e as características apresentadas abaixo justificam essa afirmação, com exceção da:
Uma característica marcante é o objetivismo com o qual o eu poético relata sua paixão pelos olhos da amada.
O eu poético mostra-se apaixonado pela mulher, por seus olhos que, de tão poderosos, o aniquilaram.
Quando usa “era chama de queimar” refere-se aos olhos da mulher amada, usando, portanto, uma metáfora.
O tema é o amor, mas um amor não correspondido, é a coita do amor.
O amor somente causa sofrimento ao eu poético, compara-se ao mesmo amor de vassalagem das cantigas trovadorescas.