Leia o poema “Ausência”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Corpo, 2015.)
As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer modificação na forma. A este processo de enriqueci- mento vocabular pela mudança de classe das palavras dá-se o nome de “derivação imprópria”.
(Celso Cunha. Gramática do português contemporâneo, 2013. Adaptado.)
No contexto do poema “Ausência”, observa-se um exemplo de derivação imprópria no verso