Leia o poema a seguir, considerando o contexto do bombardeio nuclear nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial.
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(MORAES, Vinícius. Nova antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 135. Adaptado.)
Marque a única resposta que corretamente justifica o uso da figura “rosa” no poema:
A rosa é um elogio delicado do poeta ao tema da Segunda Guerra Mundial.
A rosa é uma metonímia pela proximidade de relação entre ela e a bomba.
A figura é uma metáfora da marca da bomba e das feridas que ela deixou.
A figura é uma ironia aos horrores provocados pelas guerras entre nações.