Leia o fragmento do poema abaixo:
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
[...]
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e
tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
[...]
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã
em Ipanema.
GULLAR, Ferreira. O açúcar. In: _____. Dentro da Noite Veloz. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975.
A presença de canaviais no Brasil é tema de importantes debates sobre as relações comerciais e as condições de trabalho que, historicamente, vincularam-se a essa prática e à sua expansão pelo meio rural brasileiro. Diante disso, é INCORRETO afirmar que