Leia o fragmento de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
(ASSIS [1881], 2010, p. 17).
Definindo-se como um “defunto autor”, é correto afirmar que o narrador
escreveu suas memórias antes de sua morte.
escreveu a própria morte.
descreveu a sua morte após o nascimento.
pôde ressuscitar na sua obra após a morte.
em vida, pôde obter o reconhecimento de sua obra.